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O que é Depressão?

A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento psicológico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.

A depressão não tem hora nem lugar para aparecer. Pode surgir em qualquer pessoa independente do sexo, idade, condição social ou econômica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2030 a depressão será a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.

O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave.

Episódio depressivo leve

Geralmente estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas citados anteriormente. O paciente usualmente sofre com a presença destes sintomas, mas provavelmente, será capaz de desempenhar a maior parte das atividades.

Episódio depressivo moderado

Geralmente estão presentes quatro ou mais dos sintomas citados anteriormente, e o paciente, aparentemente, tem muita dificuldade para continuar a desempenhar as atividades de rotina.

Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos

Episódio depressivo onde vários dos sintomas são marcantes e angustiantes. Tipicamente, há perda da autoestima e ideias de desvalia ou culpa.

As ideias e os atos suicidas são comuns, e são acompanhados de uma série de sintomas “somáticos”.

Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos

Episódio depressivo correspondente à descrição de um episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos, mas acompanhado de alucinações, ideias delirantes, de uma lentidão psicomotora ou de estupor de uma gravidade tal que todas as atividades sociais normais tornam-se impossíveis. Pode existir o risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de desnutrição. As alucinações e os delírios podem não corresponder ao caráter dominante do distúrbio afetivo.

Causas

A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.

São sintomas de depressão:

  • Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia
  • Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas
  • Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis
  • Desinteresse, falta de motivação e apatia
  • Falta de vontade e indecisão
  • Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio
  • Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte.
  • A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio
  • Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e o seu mundo
  • Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento
  • Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido
  • Perda ou aumento do apetite e do peso
  • Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo)
  • Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

Diagnóstico da depressão

Um método interessante desenvolvido por uma equipe de médicos suíços em 2012, com base em um teste rápido que permite um clínico geral detectar a depressão por meio de duas perguntas simples: “No último mês, você sentiu-se muitas vezes triste, deprimido ou sem esperança? ” e “Você já sentiu a falta de interesse e de prazer na maioria das atividades que normalmente você gosta?”.

O teste é considerado positivo (a pessoa sofre de depressão), quando o paciente respondeu positivamente a, pelo menos, duas perguntas.

Segundo os médicos que desenvolveram este teste, estas duas perguntas podem detectar depressão maior em nove de cada dez casos.

Complicações da depressão

A depressão pode ser uma doença muito grave, e no pior caso ela pode levar ao suicídio. Por isso há a necessidade, para o paciente e seu entorno, de tratar essa doença o mais cedo possível.

O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave.

Outras complicações da depressão podem ser:

  • Acréscimo do risco de sofrer doenças cardíacas;
  • Dores de cabeça e dores em geral;
  • Distúrbios do sono (insônia, dificuldade para adormecer,…);
  • Dificuldades na vida sexual

Grupos de risco da depressão

Pessoas que acabaram de perder um ente querido, pessoas estressadas no trabalho, dependentes de álcool ou drogas, etc. são mais suscetíveis em desenvolver uma depressão.

Como agir em relação a aqueles que sofrem de depressão?

  • É importante não culpar o doente, devemos reconhecer a doença e não a pessoa que sofre (como você faria, por exemplo, com uma pessoa com diabetes ou hipercolesterolemia)
  • Tenha cuidado ao dar conselhos e recomendações, deve-se evitar fazer “sermões”, pois pode agravar a depressão e levar o paciente a sentir-se incompreendido. Lembre-se que a pessoa está sofrendo e ela quer se curar. O “deve” e o “tem que” não são úteis em geral.
  • Encontre o equilíbrio entre estar disposto a ouvir atentamente e mostrar compreensão, mas evite fazer muito pelo o paciente, pois este também pode fazê-lo, especialmente no final de sua doença, ao se reinserir na sociedade, por vezes hostil e com pouca tolerância a doenças psíquicas.
  • Não “apressá-lo” muito. Por exemplo, convidá-lo para um período de férias pode ser mais estressante do que ficar em casa, no seu ambiente habitual. Lembre-se que um paciente deprimido muitas vezes sofre de ansiedade.
  • Não tenha medo de falar abertamente sobre o suicídio, se a pessoa deprimida o quiser. O pensamento suicida é um dos sintomas da depressão, e a conversa só pode fazer bem para a pessoa, que pode se sentir aliviada. No entanto, pergunte a um médico sobre como abordar adequadamente esta questão.

Tratamento da depressão

Para tratar a depressão, o médico pode utilizar medicamentos (antidepressivos) e tratamentos psicológicos focados na palavra: psicoterapia e psicanálise, bem como tratamentos novos e originais (privação de sono, dieta, prática de esportes, impulsos elétricos e magnéticos…).

O médico (geralmente um psiquiatra) pode associar diferentes tratamentos, como terapia medicamentosa e psicoterapia. Você deve saber que o uso de medicamentos combinado à psicoterapia fornece os melhores resultados para a depressão (estudo com jovens norte-americanos revelou uma taxa de sucesso de 85% utilizando estas duas terapias combinadas, em comparação aos 69 e 64% de sucesso, respectivamente, utilizando antidepressivos ou psicoterapia).

Estima-se que 60 a 80% dos pacientes podem alcançar a cura da depressão e de seus sintomas com os tratamentos atuais.

Algumas dicas de prevenção da depressão

  • De acordo com estudos, a solidão favorece o desenvolvimento da depressão. O homem é um ser social que precisa de companhia. Se você é sozinho, por que não imaginar viver com a família ou com amigos?
  • Tente reduzir o stress da vida cotidiana, pois se trata de um fator de risco importante. Uma possível fonte de inflamação no corpo (leia em causas e tratamentos e origem inflamatória de alguns casos de depressão)
  • Tente dormir o suficiente, uma boa noite de sono pode ser um meio de prevenção.
  • Pratique esportes regularmente, pois o exercício físico além de ser prazeroso, favorece a liberação de endorfinas (hormônios fabricados pelo cérebro, próximos à família das opiacéas) que deixam a pessoa eufórica e podem prevenir e ajudar em caso de depressão.